segunda-feira, 31 de julho de 2017

World's Best Fish...!


Nunca a actual expressão “World’s Best Fish”,
fez tanto sentido como outrora


O contra-torpedeiro “Tâmega” aprisionou
catorze traineiras espanholas perto de Aveiro
Quando, ontem, o contra-torpedeiro “Tâmega” navegava com rumo sul, avistou algumas traineiras espanholas, que andavam a pescar nas nossas águas. E, assim, entre a Torreira e Aveiro, aprisionou catorze que andavam naquela faina, sendo a aprisionamento feito entre as 7 e as 11 horas da manhã.
Já há muito tempo que os nossos navios de guerra não faziam um aprisionamento como este, duma só vez.
O contra-torpedeiro “Tâmega” recolheu a bordo os mestres das traineiras, que começaram a dar entrada na barra do Douro, entre as 2 e as 5 horas da tarde, ancorando todas em frente a Massarelos.
Logo que foi conhecida a apreensão das traineiras, afluiu a Massarelos bastante povo, a fim de as presenciar.

Imagem das traineiras apresadas, com as tripulações a bordo

São elas as seguintes: “Polar”, da praça de Baiona, mestre Manuel Pousa Durañ; “Nossa Senhora de Guadalupe”, da praça de Cangas, mestre Rafael Giraldes; “Nuevo Muncho”, da praça de Vigo, mestre Jacinto dos Santos; “Marina”, de Vigo, mestre Vicente Giraldes Cadiño; “António Vieira”, de Vigo, mestre Júlio Vieira; e “Jacobita”, também de Vigo, mestre Manuel Pedrera, todas estas com sardinha, já com sal.
“Conchita III”, de Cangas, mestre Manuel Camiña; “Manuelito”, de Vigo, mestre José Giraldes; “Ondina”, de Vigo, o mestre encontrava-se a bordo doente, sendo substituído por Campio Lemos; “Europa”, de Cangas, mestre José Giraldes; “Angelita Santos”, de Cangas, mestre Maximino Iglésias; “Concepcion”, de Vigo, mestre Luiz Angre Fernandez; “Libertad”, de Vigo, mestre Ramon Fontaiña; e “Cantabria II”, também de Vigo, mestre Marcelimo Maldes, todas sem pescado, em virtude de não terem tido tempo de lançarem as suas redes.
Os autos, que foram levantados contra os mestres das traineiras aprisionadas, devem ser hoje entregues pelo comandante do “Tâmega”, sr. Capitão-de-fragata Fernando Augusto Vieira de Matos, no Departamento Marítimo do Norte, a fim de serem presentes ao Tribunal Marítimo, para procedimento do delito cometido.
O peixe, que as seis traineiras trazem a bordo, será hoje vendido na Afurada. Entretanto, os julgamentos devem durar seis a sete dias, em virtude de serem julgadas duas por dia.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda-feira, 8 de Dezembro de 1930)

Vapor de pesca aprisionado
Ontem, às 9 horas da manhã, entrou no Douro a canhoneira “Diu”, comboiando o vapor de pesca belga “Pallieter”, que tinha aprisionado quando, de madrugada, estava a pescar na costa, ao norte de Leixões e muito próximo de terra.
Na ocasião do aprisionamento a canhoneira “Diu” teve de disparar três tiros a fim de o intimar a parar, visto que tentava fugir. Entretanto, um outro vapor de pesca belga, que no mesmo momento estava também a pescar, conseguiu escapar.
O “Pallieter” pertence à praça de Ostende e trás um regular carregamento de peixe, que foi apreendido e que será vendido por conta do Estado, beneficiando, também, algumas casas de caridade.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 9 de Junho de 1933)

Imagem do vapor de pesca “Pallieter”,
no momento em que procediam à descarga do pescado

Características do vapor de pesca “Pallieter”
Armador: N.V. Motor-Visschery Pallieter, Ostend, Bélgica
Nº Oficial: N/d - Iic: N/d - Porto de registo: Ostend
Construtor: Ch. Navals Van Praet & Verschueren, Boom, 1931
Arqueação: Tab 100,00 tons - Tal 39,00 tons
Dimensões: Pp 16,24 mts - Boca 6,27 mts - Pontal 2,13 mts
Propulsão: Sulzer, Suíça - 1:Di - 6:Ci - 134 Nhp

Ainda o aprisionamento do vapor de pesca belga
A descarga do pescado. Julgamento e condenação do capitão
A canhoneira “Diu” aprisionou ante-ontem, de madrugada, ao norte de Leixões e muito próximo de terra o vapor de pesca belga “Pallieter”, quando estava a pescar. Comboiado pela canhoneira “Diu” deu, depois, entrada no rio Douro, ancorando em Massarelos.
A meio da tarde de ontem, procederam à descarga do peixe que transportava, a fim de procederem à sua venda por conta do Estado, beneficiando, em parte, algumas casas de caridade. A descarga foi feita sob a fiscalização do sargento-ajudante em serviço na Capitania do Porto, sr. Alfredo Correia da Silva.
Entretanto, o capitão do “Pallieter”, sr. Verdijn, era julgado no Tribunal Marítimo da Capitania do Porto, sendo condenado na multa de Esc. 13.000$00, além da perda do pescado.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 10 de Junho de 1933)

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