quinta-feira, 7 de julho de 2016

História trágico-marítima (CXCIII)


O encalhe do vapor “Maranguape”, na barra do porto de Lisboa
Procedente de Antuérpia, com carga diversa, entrou ante-ontem no Tejo o vapor brasileiro “Maranguape”, de 1.913 toneladas, comandado pelo capitão Fontoura.

Desenho correspondente ao vapor "Maranguape"

Características do vapor “Maranguape”
1927-1945
Armador: Companhia Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
Nº Oficial: N/s - Iic: N/s - Porto de registo: Rio de Janeiro
Construtor: Irvine Shipbuilding, West Hartlepool, 28.05.1906
ex “Gunther”, Dampfschiffsrhederei "Union" AG., 1906-1907
ex “Gunther”, Hamburg-Sud, Hamburgo, 1907-1917
ex “Maranguape”, Governo brasileiro, Rio de Janeiro, 1917-1927
(O navio amarrou no porto de Santos em Agosto de 1914. Foi requisitado pelo governo brasileiro à Alemanha, em 1 de Junho de 1917, entrando em serviço sob operação do Lloyd. Passou a integrar a frota do Lloyd Brasileiro em 1927).
Arqueação: Tab 3.037,00 tons – Tal 1.913,00 tons
Dimensões: Pp 97,13 mts - Boca 13,64 mts - Pontal 6,76 mts
Propulsão: Rich., Westgarth - 1:Te - 3:Ci - 265 Nhp - 10 m/h
Vendido para demolição no Rio de Janeiro em 1945.


Ontem de tarde levantou ferro para seguir viagem para Santos e Rio de Janeiro, com escala pela Ilha da Madeira, levando os porões atulhados e 40 passageiros, com destino aos portos brasileiros.
Ao sol-posto, quando transpunha a barra, o “Maranguape” encalhou num baixo em frete da praia dos Ingleses, não longe da torre de S. Julião e a noroeste desta. Entretanto a maré esvaziou, pelo que não foi possível safar-se.
Tudo indica que o navio não está em perigo iminente e que o capitão conta desenrascá-lo na maré da madrugada, sendo a preia-mar as 10 horas de hoje.
Da Alfandega seguiu com rumo ao local do sinistro o rebocador “Cabo da Roca”, estando outros barcos a aprontar para irem também prestar socorro ao vapor, que vinha consignado à firma Burnay & Cª.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 15 de Agosto de 1919)

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