terça-feira, 1 de março de 2016

História trágico-marítima (CLXXXIV)


O torpedeamento do vapor “Lapa”

Na sequência dos ataques e afundamento dos vapores "Rio Grande", "Paraná" e "Tijuca", por submarinos alemães no decurso da Iª Grande Guerra, de acordo com os relatos previamente publicados no blog, o "Lapa" foi a quarta unidade abatida à frota mercante brasileira.

Rio de Janeiro, 27 – Foi torpedeado o vapor de carga brasileiro “Lapa”, pertencente ao Lloyd, sendo a sua tripulação composta de 31 homens, todos brasileiros. O vapor salvou-se.
O ministro dos negócios externos declarou esperar mais torpedeamentos.
A uma comissão de estudantes disse que o governo está resolvido a proceder energicamente e pediu que houvesse sossego.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 29 de Maio de 1917)

Imagem sem correspondência ao texto

Características do vapor “Lapa”
1917-1917
Armador: Companhia Lloyd Nacional, Rio de Janeiro
Construtor: Newcastle Engineering (Cole Brothers), 09.1872
ex “Tagus”, H. Bucknall & Sons, Newcastle, 1872-1890
ex “Tagus”, H. Bucknall Nephews, Newcastle, 1890-1897
ex “Tagus”, A. Gardella y Cia., Buenos Aires, 1897-1900
ex “Tagus”, S.N. Navas y Cia., Buenos Aires, 1900-1904
ex “Tagus”, Nicolas Mihanovic, Buenos Aires, 1904-1905
ex “Sparta”, C. Ortelli, Buenos Aires, 1905-1908
ex “Sparta”, Nicolas Mihanovic, Buenos Aires, 1908-1909
ex “Sparta”, Naviera Sud-Atlantica, Buenos Aires, 1909-1915
ex “Lapa”, F.A. Marcallo, Antonina, Brasil, 1915-1917
Arqueação: Tab 1.366,00 tons - Tal 805,00 tons
Dimensões: Pp 69,80 mts - Boca 9,25 mts - Pontal 7,11 mts
Propulsão: 1 motor compósito - 95 Hp
Equipagem: 31 tripulantes

Em sentido contrário à notícia acima transcrita, o vapor “Lapa” foi mandado parar e provavelmente dinamitado - as informações disponíveis não definem a forma utilizada no ataque -, na posição 35º28’N 08º03’W, i.e. a cerca de 130 milhas (240 km) a Oeste-Sudoeste de Gibraltar, pelo submarino alemão U-47, a navegar sob o comando do capitão Heinrich Metzger, no dia 22 de Maio de 1917. O navio encontrava-se no decorrer de uma viagem que teve origem em Santos, seguindo com destino a Marselha, com um carregamento de café.

2 comentários:

Alberto disse...

Boa Noite,

Procuro informação sobre o meu visavô João Rodrigues Teixeira, natural de Viana do Castelo. Caiu ao mar de uma embarcação, junto à Terra Nova(?) sobreviveu, foi recolhido por outra. Voltou para Portugal, estabeleceu-se na zona da Bairrada e nunca mais entrou em contacto com a família de Viana do Castelo. Sempre falou numa embarcação chamada Rio Lima. O Irmão chamava-se Avelino Rodrigues Teixeira e foi proprietário de uma casa comercial com o mesmo nome, ligada aos bordados em Viana do Castelo. Sobre a embarcação, estimo que estivesse relacionado com ela na década de 20 e tripulantes onde posso arranjar mais informação?

reimar disse...

Boa noite Alberto,
A informação que lhe posso dar está no blog.
P.f. procure no campo de pesquisa por:
«Os navios de Viana do Castelo, 1920-1925»,
onde vai encontrar informação sobre o lugre "Rio Lima".
Dificilmente irá encontrar notícias sobre o seu bisavô relacionadas com a pesca do bacalhau, pois só há registos disponíveis após 1936.
Cumprimentos,
Reinaldo Delgado