segunda-feira, 26 de outubro de 2015

História trágico-marítima (CLXX)


O vapor português “Cunene” abalroou no Mar do
Norte com o vapor inglês “Effra” que se afundou

Segundo informação chegada de Londres, quando o vapor de carga português “Cunene”, da Companhia União Fabril, se dirigia de Roterdão para Rosthshield, onde ia receber beneficiações nas caldeiras e aparelhar com fornalhas novas, devido ao intenso nevoeiro abalroou, a duas milhas a noroeste de Flamborough Head, com o navio inglês “Effra”.


Foto do navio "Cunene" da Sociedade Geral
Imagem da Photoship.Uk

Características do vapor “Cunene”
1924-1954
Armador: Sociedade Geral, Sarl., Lisboa
Nº Oficial: N/s - Iic: M.D.K.F. – Porto de registo: Lisboa, 1927
Construtor: Flensburger Schiffsbau, Flensburg, Alemanha, 1911
ex “Adelaide” - Deutsche Australische, Hamburgo, 1911/1916
ex “Cunene” - Transportes Marítimos Estado, Lisboa, 1916/1924
Arqueação: Tab 5.875,28 tons - Tal 3.688,34 tons - Pm 9.800 tons
Dimensões: Pp 137,13 mts - Boca 17,69 mts - Pontal 8,19 mts
Propulsão: Flensburger, 1911 - 1:Te - 4.000 Ihp - Veloc. 10,5 m/h
Equipagem: 45 tripulantes
Vendido para demolição à empresa Clayton & Davie, de Dunston, Inglaterra, em 31.12.1954.

Foto do navio inglês "Effra"
Imagem da Photoship.Uk

Características do vapor inglês “Effra”
1915-1936-1941
Armador: South Metropolitan Gas Co., Ltd., Londres, 1915
Nº Oficial: N/s - Iic: M.D.K.F. – Porto de registo: Londres
Construtor: Greenock & Grangemouth Dockyard, Co., 09-1910
ex “Broompark” - J. & J. Denholm Ltd, Glasgow, 1910-1915
Arqueação: Tab 1.446,00 tons - Tal 847,00 tons
Dimensões: Pp 74,27 mts - Boca 11,33 mts - Pontal 5,01 mts
Propulsão: Dunsmuir & Jackson - 1:Te - 3:Ci - 132 Nhp - 9 m/h

Com a violência do choque o “Effra” ficou completamente arrombado, pelo que teve de ser abandonado pela tripulação, que foi recolhida a bordo do “Cunene”.
Pelo posto de T.S.F. do navio português, soube-se da ocorrência ficando assim avisados todos os navios que singrem naquelas paragens do perigo que constitui para a navegação o casco semi-submerso do “Effra”. (a)
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 28 de Janeiro de 1936)

(a) Apesar de estar referido no texto que o navio naufragou, a informação sobre o casco ter ficado semi-submerso, permite-nos aquilatar a possibilidade do vapor ter sido recuperado, tendo posteriormente regressado ao serviço comercial. Nessa conformidade, o navio perde-se ao ser atacado por uma lancha canhoneira alemã na posição 54º44’N 01º58’E, em 17 de Abril de 1941, quando em viagem do rio Tyne (Newcastle) para Londres, carregado com carvão.

Sem comentários: