sexta-feira, 9 de outubro de 2015

História trágico-marítima (CLXIV)


O encalhe na barra do Douro do vapor "Mauranger"

Acidente no mar
Ontem, às 3 horas da tarde, quando entrava a barra o vapor norueguês “Mauranger”, coadjuvado pelo rebocador “Águia”, guinou a bombordo, indo encalhar nas pedras do enrocamento do cais do Touro, depois de largar a âncora.
O caso produziu certo alvoroço a bordo, trabalhando a tripulação afincadamente para fazer safar o vapor, ao que foi auxiliada pelo “Águia”, de bordo do qual foi lançado um cabo para a popa do “Mauranger”.
Cerca das 4 horas da tarde o vapor conseguiu safar, sem ter sofrido mais do que o encalhe.
O “Águia” lançou depois um cabo para a proa do navio, o qual, depois de suspender ferro, entrou a barra, tendo ido fundear em frente ao cais da Ribeira.
Este vapor é a primeira vez que entra no rio Douro e tem 629 toneladas de registo. Vem de Newcastle com um carregamento de carvão, consignado à firma Guilherme Correia Leite & Rosas.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 18 de Abril de 1907)

Desenho de navio a vapor sem correspondência ao texto

Características do “Mauranger”
1906-1916
Armador: H. Westfal-Larsen, Bergen, Noruega
Construtor: Stavanger Stoberi, Stavanger, Noruega, Junho 1906
Arqueação: Tab 1.024,00 tons - Tal 629,00 tons
Dimensões: Pp 68,70 mts - Boca 14,30 mts
Propulsão: 1 máquina de tripla-expansão
O navio foi dado como desaparecido em 20 de Dezembro de 1916, depois de ter saído a barra de Vila Real de Santo António, em viagem de Pomarão para Goole, Inglaterra, com carga de pirites.

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