sábado, 8 de setembro de 2012

Couraçados Japoneses – O “Yamato” e o “Musashi”


Porque foram construídos os dois mais poderosos couraçados do mundo e a facilidade como foram afundados
2ª Parte

A pontaria não era má, considerando que foram utilizados telémetros ópticos. Os tiros caiam de um e outro lado e enormes colunas de água rebentavam ameaçadoramente próximas dos pequenos mas afortunados porta-aviões. Nesse momento, por motivos ignorados, o “Yamato” desistiu e retirou-se. Não havia acertado uma só vez.
O “Yamato” ficou recolhido até ser criada uma cabeça de praia em Okinawa, para depois ser lançado numa missão verdadeiramente suicida. Ao meio-dia de 7 de Abril de 1945, ficou sob o ataque concentrado da força aérea da frota naval americana, sendo atingido por cinco bombas e dez torpedos. Em pouco tempo, ficara com uma só casa de motores a funcionar, a velocidade reduzida para dez nós e adornara além dos 22 graus estabelecidos pelos construtores, como limite máximo de estabilidade. Às duas horas da tarde, foi dada ordem para «abandonar o navio». Vinte minutos depois o “Yamato” virava e explodia. O resultado foi terem sido resgatados 280 tripulantes; 2.498 pessoas da guarnição perderam a vida, entre oficiais e tripulantes.
A marinha americana no entanto continuou a ignorar o que tinha destruído. Os interrogatórios a que foram submetidos os sobreviventes da força naval japonesa, depois do dia da vitória, é que revelaram terem sido os Yamatos os mais poderosos couraçados do mundo.
Tinham de ser imensos, a fim de assegurarem uma plataforma estável às maiores peças de artilharia, jamais montadas num navio. Havia nove dessas peças em cada um deles, montadas em torres tríplices convencionais. O cano de cada uma dessas peças media 21 metros e 28 centímetros de comprimento e pesavam 181,5 toneladas, incluindo o mecanismo da culatra. Podiam projetar as suas enormes granadas a uma distância de 23 milhas marítimas. Por sua vez os navios estavam protegidos por uma couraça de 16 polegadas (40 centímetros) de espessura; a blindagem das torres tinha pelo menos 65 centímetros.
Se esses monstros foram a pique, sem acertar com um só tiro em qualquer navio ou local da costa dos países aliados, a culpa não é obviamente dos seus construtores, mas sim dos comandantes dos navios e do Estado-maior Japonês, que conservaram os couraçados guardados e escondidos durante demasiado tempo, para depois sem treino de tiro e manobra desperdiçarem a sua real valia.

O couraçado "Missouri" da Marinha Americana

Este resumo faz parte de um texto assinado por Gilbert Cant e publicado na revista «Life», em 1947, lembrando-nos dos exageros cometidos durante a IIª Grande Guerra Mundial. Sem dúvida surpreendente a demonstração de força, face à importância e impotência dos transportes mercantes, que indefesos estiveram sempre sujeitos à destruição.
Dois aspectos ressaltam do texto; o poder naval e a versatilidade dos submarinos, caso do USN “Skate”, relativamente ao primeiro ataque ao couraçado “Yamato”, obrigando o navio a procurar refúgio num porto de abrigo. Convém ainda salientar, que os couraçados americanos da classe “Iowa”, como é o caso do “Missouri”, quando à carga máxima ultrapassavam igualmente as 35 mil toneladas de acordo com os tratados internacionais. Logicamente os alemães estão também representados neste quadro, com a construção do “Bismarck”, considerando as suas 52 mil toneladas de porte máximo.
Nesta época a prata da casa resumia-se a 7 avisos de 1ª e 2ª classe, 6 contratorpedeiros, 7 canhoneiras, 3 lanchas-canhoneiras, 3 submarinos, 4 navios hidrográficos, 1 transporte, 1 fragata e 1 navio-escola, totalizando um deslocamento máximo de 34.300 toneladas. Assim sendo, é no mínimo notável constatar que a esquadra nacional apresentava um défice de tonelagem muito inferior a qualquer dos navios atrás referidos. Mesmo assim, os homens da Armada conseguiram humanizar áreas de conflito, através dos muitos salvamentos efectuados.

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