segunda-feira, 18 de julho de 2011

História trágico-marítima (XX)


O naufrágio do lugre " Gaia "

Náufragos do “ Gaia “
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No Ministério dos Negócios Estrangeiros foi recebido o seguinte telegrama, datado de 18 do corrente, do Cônsul de Portugal em Nova York:
«Comunicam de Norfolk que o vapor mercante americano “Santa Cecília”, chegado de Baltimore, encontrou em 27 de Setembro, a cerca de 250 milhas a leste dos Açores, um bote com cinco tripulantes do lugre “Gaia”, pertencente a António dos Santos Sá, do Porto». Os tripulantes são: Manuel São Marcos, João Simões Negócio, António Oliveira Lima, Domingos de Oliveira Lima e Mário Martins Rocha, tendo os demais tripulantes do navio perecido. Domingos Lima foi internado no hospital, visto encontrar-se ferido. Os outros sobreviventes seguiram viagem com destino a Marselha.
(In jornal “O Comércio do Porto”, de 15 de Outubro de 1918).

Lugre “ Gaia “
1916-1918
António dos Santos Sá, Porto


Nº Oficial: A-181 - Iic.: H.G.A.I. - Porto de registo: Porto
Cttor.: Manuel G. Amaro & Irmão, Azurara, 05.02.1916
Arqueação: Tab 277,57 tons - Tal 198,90 tons
Dimensões: Pp 42,00 mts - Boca 9,54 mts - Pontal 3,38 mts
Propulsão: À vela
Equipagem: 11 tripulantes
Capitães embarcados: José de São Marcos (1916 a 1918)

O lugre “Gaia”, que em anos anteriores terá participado nas campanhas à pesca do bacalhau, com uma equipagem de 45 tripulantes e pescadores, foi afundado ao largo dos Açores pelo submarino alemão U-157, da responsabilidade do capitão Ortwin Rave, quando em viagem do Porto (rio Douro) para Belém do Pará, no Brasil, a 22 de Setembro de 1918. Em resultado do ataque do submarino atrás referido, foram contabilizadas 6 vitimas mortais, uma das quais pode ter sido o próprio capitão do lugre, José de São Marcos, não identificado na relação de sobreviventes.

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