segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Pesca do bacalhau - Figueira da Foz - 1921-1930


Os bacalhoeiros da Figueira da Foz
1ª Parte
A frota Figueirense em 1921

Terminados os anos da guerra, a armamento da Figueira da Foz apresentou-se eficientemente preparado com uma frota capaz de dar resposta às necessidades de transporte da época, registando uma larga quantidade de embarcações matriculadas no porto. Como provável causa e efeito deste crescimento, o desenvolvimento comercial e industrial na cidade, reflexo de bons resultados conseguidos através da pesca e da construção naval. Em simultâneo notam-se os primeiros sinais de declínio da frota de pesca, em favor do porto de Aveiro, contrariando a tendência anterior, face ao aumento significativo de navios a operar na cabotagem nacional e internacional.

Compunham essa frota os lugres “Cabo da Roca” (Soc. Portuguesa de Navegação, Lda.), “Cabo de São Vicente” (A. d’Oliveira, Lda.) e “Sagres” (A União Marítima, Lda.).
Havia igualmente 11 iates, a saber; ”Adelaide III” (Lopes, Pereira & Cª.), “Cabo Espichel” (José Sottomayor), “Emília” (Santiago & Cª., Lda.), “Estrela do Mar” (Luiz Moço & Cª.), “Figueira da Foz” (Comp. Nacional de Pesca e Transportes), “Futuro” (A União Marítima, Lda.), "Maria Angela” (Netto & Cª.), “Nereida” (A Indústrial, Lda.), “Primavera” (Oliveira, Bertão & Cª Lda.), “Sarah da Luz” (Duarte Correia & Cª Lda.) e “Violeta I” (Pereira, Andrade & Cª Lda.). Existiam também registados na Figueira, a chalupa “Brenha” (Fomentadora Marítima Figueirense, Lda.) e os caíques “Adelaide I” (João Nanim Pimentel), “São João I” (Chula & Cª.), “São José I” (Manuel Maria Simões Calhau) e por último o “Ventura de Deus II” (Joaquim de Mattos Bilhau).

Relativamente à frota bacalhoeira, as embarcações utilizadas já estiveram presentes nos anos anteriores, contando apenas 11 navios (número inferior a 1911), a navegar com rumo à Terra Nova. Este facto realça a perda parcial de interesse pela pesca, devido à falta de investimento continuado e às melhores condições estratégicas e de navegabilidade disponíveis em Aveiro. No início da década apresentaram-se armados 2 navios novos; o lugre “Portugal”, cuja construção se revelou de fraca qualidade e o lugre “Mondego”, presente somente em 3 campanhas, como segue:

Lugre “ Portugal “
1920-1924

Armador : Comp. Nacional de Pesca e Transportes, F. da Foz
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Nº Oficial : __ Iic.: __ > Registo : Figueira da Foz
Cttr: Jeremias M. Novais, V. Conde, lançado à água 28.11.1920
Tonelagens : Tab 175,00 to
Comprimentos : Pp __ mt > Boca __ mt > Pontal __ mt
Equipagem : (x) tripulantes
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Capitães embarcados : Manuel Maria Francisco Chula (1921)
Foi condenado por inavegável e desmanchado em 1924.

Lugre “ Mondego “
1921-1924

Armador : Comp. Nacional de Pesca e Transportes, F. da Foz
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Nº Oficial : __ Iic.: __ > Registo : Figueira da Foz
Cttor.: José Ferreira Lopes, V. Castelo, lançado à água 23.02.1921
Tonelagens : Tab 163,00 to
Comprimentos : Pp __ mt > Boca __ mt > Pontal __ mt
Equipagem : (x) tripulantes
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Capitães embarcados : Luiz Augusto Carriço (1921), Manuel Maria Francisco Chula (1922) e Manuel Marques Caldeira Júnior (1923)
Vendido para França, efectua matrícula na praça de Saint-Pierre Miquellon, em Janeiro de 1924.

Lamento a falta de elementos com as principais características referentes a estes navios, indisponíveis nos habituais locais de consulta, quer privados, quer oficiais. Todavia continuarei a procurar, até constatar estarem esgotadas todas as possibilidades de pesquisa.

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